domingo, 28 de março de 2010

Going nuts


Putz, achei que depois que eu criasse o blog ia escrever adoidado, mas já fazia um tempão que eu não postava nada. Na verdade, não porque não tive vontade de escrever, mas porque a vontade não foi suficiente.
Estou escrevendo porque estou com saudades do meu psicólogo. É ridículo, mas é verdade. É tão verdade que estou a ponto de voltar a escrever diários. Mas penso em como isso seria arriscado nos dias de hoje, por uma série de motivos: (1) não sei escrever diários sem ser absolutamente sincera e omitir qualquer detalhe que seja; (2) não posso mais culpar a adolescência pelas imbecilidades que passam na minha cabeça caso alguém o leia; (3) a quantidade e a qualidade dos absurdos que me ocorrem, se viessem a público, arruinariam a minha vida; (4) tenho pavor mortal de que meu marido leia o que eu escrevo; etc., etc., etc...
Por outro lado, como já falei no meu primeiro post, com o blog eu não tenho esses problemas, pois sabendo que ele é público, tento não me expor além da conta, mantenho a compostura e tenho a certeza absoluta que meu marido não vai ler (não porque ele não sabe da existência do blog, mas porque ele não se interessaria mesmo). Mas o “desabafo” fica pela metade, isto é, nem pela metade, pois sei que na realidade isso não vai resolver nada. E é justamente por isso que sinto saudades do psicólogo.
Para o psicólogo você pode falar tudo, tudinho. E é extremamente reconfortante saber que ele não pode contar nada para ninguém. É ótimo contar as coisas para um outsider, com quem você não precisa conviver após a verborragia insandecida. No começo dá vergonha de contar algumas coisas, mas depois você relaxa e solta o verbo, mesmo que você mesmo sinta uma vergonha horrorosa do que está falando. Puxa, como estou precisando disso!
Alguém pode dizer “procura um amigo”. Olha, amo meus amigos, mas existe um limite na intimidade que creio ser intransponível. Se alguém tem um amigo com o qual pode falar sobre qualquer, qualquer coisa mesmo, eu acho demais, muito legal mesmo, mas comigo não rola. Meus melhores amigos são meus pais, meu irmão, meu marido, mas quando chega em um nível em que simplesmente não posso conversar com eles, é aí que entra o psicólogo.
O único problema do psicólogo é que temos que pagá-lo. E no momento não estou em condições porque, let’s face it, é muito caro. Bom, vale cada centavo, mas inda assim não descaracteriza o fato de ser muito caro.
Desta feita, cá estou eu escrevendo essas baboseiras no blog. Graças a Deus tenho muita preguiça de levantar da cama de madrugada em dias de crise, pois se fosse para o computador certamente já teria enviado milhares de e-mails infinitamente embaraçosos dos quais eu me arrependeria para o resto da vida. Sei bem como isso funciona, tendo em vista que não foi há muito tempo que abandonei essa prática nada saudável.
Acabei de pensar que deveria canalizar tudo isso para escrever a maldita monografia da pós que está atrasada. Ou investir no meu projeto de ler a Constituição Federal inteira em 5 dias. Talvez seja uma boa ainda não ter engravidado, ando meio estranha nas últimas semanas.
Bom, chega disso. Na verdade escrever tudo isso não ajudou em nada. Estou achando que vou ter que incluir o psicólogo novamente no orçamento e na agenda.